Vinagrete 18.03.02 – O problema dos gestores portugueses

Dei comigo, numa releitura das Memórias de Raul Brandão (recentemente republicadas pela Quetzal, e muito divulgadas, com toda a

A Bola

obra de Brandão, no Público), naquela parte em que ele afirma serem os soldados portugueses dos melhores do mundo, e como tal considerados por Napoleão, que contudo achava más as elites nacionais, a começar pelos comandos militares.

Um pouco o que pensamos hoje de trabalhadores e gestores nacionais. Os trabalhadores são dos melhores do mundo, como tal considerados em todos os países onde andam; já os gestores não têm grande consideração de ninguém, embora sejam por cá muito bem pagos (ao contrário dos outros trabalhadores). Enquanto a AutoEuropa foi gerida por alemães, e com trabalho português, funcionou como uma das melhores empresas do mundo. Mal passou a ter gestão portuguesa, começou a andar por maus caminhos (apesar do acordo de aumentos aprovado pelos trabalhadores e gestores).

Segundo Brandão, isto é uma sina nacional muito antiga: bom povo com péssimas elites.

E quando vejo o Governo sempre disposto a dar mais apoios aos gestores, fico a pensar que talvez esses apoios só agravem a sua tendência para o mal. E que tais apoios escorrem para uma maldita sarjeta.

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