Vamos lá ser claros. Se uma empresa comprou os CTT só para ficar com um Banco novo, e aproveitar para isso os balcões já

Dinheiro Vivo
existentes, bem como uma clientela tipificada, isso parece-me mal. Pior: se os CTT fecham as lojas em que o Banco novo não tem grandes possibilidades, aceitando apenas mantê-las abertas quando outras entidades (juntas de freguesia, empresas, etc.) se dispõem a alojá-las.
Isto é uma maneira de comprar um serviço público fundamental, ainda que em decréscimo (os correios), para se dedicarem a outro serviço menos fundamental mas para eles mais lucrativo. Com prejuízo, evidentemente, dos consumidores.
Não entendo esta moda de evitar que o Estado se encarregue dos serviços públicos menos lucrativos, e achar que tudo deve dar lucro e ser privado. Formei-me num país capitalista e autoritário (para muitos, até fascista) – mas em que havia a noção de serviço público como uma obrigação oi do Estado. Não quero pagar impostos só para prebendas públicas, mas antes para bons serviços necessários e que não devem interessar aos privados. Se não, temos de aturar estas traquinices dos novos donos dos CTT. Os tais que deviam agradecer a greve para mudarem de atitude, e não porem todo o país contra este tipo de privatizações. Mas que, pelos vistos, tal a sua ganância, nem esse discernimento têm. Nem se mostram agradecidos aos trabalhadores que mais fazem por eles!