O Ministério Público desmultiplica-se em casos soadíssimos, a mostrar que está cheio de dinheiro: não são só os casos Marquês, Fizz, Raríssimas, Rangel, etc., em que até parece haver muitas razões.

Cunha Rodrigues, um PGR de outros tempos, Arquivo da RTP
Mas outros que qualquer pessoa percebe serem desajustados: Centeno e o Benfica, secretários de Estado, etc.
Estou como aquele Nobel que afirmava não ser necessário dizer o que já está dito. Por isso esta crónica provavelmente nem deveria existir. Mas o caso Centeno, tendo-me parecido excessivo (o ministro nem estava em condições de decidir sobre IMIs, como até eu sei, mas o Ministério Público pelos vistos não tem competências para isso), também foi excessivo pela forma como acabou.
Dos secretários de Estado que usaram um cartão do Governo para comprarem livros, nem falo. Parece que tudo se deveu a um pedido de uma organização de magistrados, irritada por o Governo estar a usar as suas competências para lhes diminuir privilégios, que levou à investigação. Só 2 secretários de Estado? E só por comprarem livros? Tanta investigação? Só sobra uma coisa boa disto tudo. Sabermos que o Ministério Público nada em excesso de meios, para assim os esbanjar em ninharias sem importância, ou de importância relativa, ainda por cima sem outros indícios para além de uma queixa de vingança e genérica, mas de gente muito considerada pelo MP.
Parece que este Ministério Público faz furor por se atirar também a um ou outro ‘poderoso’. Ficámos até com a ideia de que ser rico ou ‘poderoso’, só por si, já é crime imenso. Tanto, que rejubilamos com este Ministério Público.
Já aqui disse e continuo a pensar assim, que a procuradora-geral faz bem em aproveitar o ambiente para sair. Tanto mais que, nos elogios que lhe fazem, ficaram esquecidas algumas responsabilidades suas no caso da IURD que pôs um experiente jornalista televisivo a chorar no écran. E os que mais se emocionaram com o assunto, querendo responsabilizar a procuradora, deram agora em esquecê-lo, para a elogiar. Já ninguém lembra sequer os tempos em que um Cunha Rodrigues (nos tempos de Cavaco e do BC) tinha a casa em ordem.