A Justiça ainda não conseguiu moralizar-se como poder independente, nos países mais civilizados e europeus. Imaginem em Estados como o Brasil.

Lula, TVI24

Isto tudo para dizer que eu, nunca tendo acreditado na verticalidade da Justiça portuguesa, menos ainda noutras como a espanhola (agora bem à vista no caso da Catalunha, em que alinha politicamente com Castela, por exemplo no calculismo político que a levou a não mandar prender Puidgemont na Dinamarca) – menos ainda acreditaria na brasileira.

Que tem dado ali um ar da sua graça, metendo-se com o PT, e deixando à vontade uma direita mais obviamente corrupta. Ou seja, tentando fazer política com o seu poder. Assim condenou Lula da Silva por possuir um apartamento, que toda a gente sabe não ser seu, e que inclusivamente entrou no pagamento da dívida de outrem, sem querer nenhuma prova autêntica sobre a propriedade do apartamento. Mas parece ser essa a melhor maneira de evitar a candidatura, que as sondagens continuam a apontar como vencedora. Para isso aproveitam legislação de Lula, e preferem ter na Presidência a substituir um óbvio protector de corruptos, e com suspeitas esse sim de corrupto – em lugar de uma Dilma que apenas provocou insatisfações políticas..

É fazer demasiada política, e bem enviesada ideologicamente. Será que os juízes serão responsabilizados por estas opções, ou podem dar-se ao luxo de as tomar impunemente? Entretanto, já estou a imaginar alguns a dizerem que a Justiça está a funcionar. E está realmente – mas metendo-se onde não devia, e sem cumprir o seu dever. Será que o Estado ainda por cima pagará a estes juízes que ali vão fazer a sua política? E será que Portugal vai mesmo extraditar o tal Scmidt (que não conheço de lado nenhum, nem sei se será da família dos Schmidts portugueses que eu conheço)?