Vinagrete 17.12.15 – Doze ordenados mais 2

Suponho que o estarem sempre contra tudo dos partidos que formaram o anterior Governo, PSD e CDS, explica a sua descida nas sondagens, e António Costa estar à beira da maioria absoluta. Mesmo no caso Raríssimas, em que o PSD parece estar tão atolado como o PS. Mesmo achando que o presidente da Assembleia Geral não tem muita culpa por não ser do PS, mas o vice-presidente sim, por estar no Governo, e apesar de ter ordenado uma investigação à instituição em Julho passado.

13º e 14º Meses, aformiganocarreiro.blogs.sapo.pt

Seja lá qual for a medida que tome o actual Governo, dirigentes do PSD e do CDS põem-se imediatamente contra, porque sim, como se fossem picaretas falantes. Mesmo a líder do CDS, que esteve no anterior Executivo, a fazer tudo ao contrário do que diz agora. O único que vi até ao momento defender o anterior Governo, e criticar a descida tão rápida do défice público, foi o líder parlamentar do CDS. E não tenho a certeza de que ele tenha dito o que pretendia – sobretudo tendo em conta outras coisas que tem dito (embora talvez sempre sem conseguir pensar muito).

Mas vem isto agora a propósito dos 13º e 14º meses, que PSD e CDS criticam voltarem a ser pagos nas alturas próprias, parecendo radiantes com os duodécimos que impuseram. Talvez até tenham razão. Talvez não faça sentido haver 13º e 14º meses. Eu próprio deixei de os ter (a não ser, durante alguns anos, em relação a uma parte ínfima dos meus rendimentos) em Janeiro de 1989. Talvez seja defensável estar contra essas conquistas dos trabalhadores, que exigem um esforço especial aos empresários, Duas vezes por ano (de qualquer maneira, alguns resolvem acrescentar-lhes mais um mês ou 2, 15º e 16º, na altura da distribuição dos lucros).

Mas então assuma-se claramente isso. Diga-se que se está contra essa conquista tão nacional dos trabalhadores. Tenha-se essa coragem, e não se disfarce a coisa de outras maneiras. Se é para acabar com as férias e o mês de Natal, e com as empresas a pouparem pelos trabalhadores para essas alturas, aceitando-se apenas os 12 meses de salários por ano, diga-se já, e não se procure disfarçar com medidas intermédias.

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