Comecemos por esta história. Contava-me há dias um amigo que tendo um seu parente pedido um parecer a um Professor de Direito, sobre determinado assunto, este tivera antes o cuidado de o indagar: «E o que é que pretende que eu diga?»

Marcelo e Costa, TVI 24
Vem isto a propósito de se dar demasiado crédito a uma opinião de Marcelo Rebelo de Sousa, sobre Direito Administrativo, referindo a sua autoridade de professor. Se no caso ele não tinha ninguém para perguntar o que pretendia que ele dissesse ou escrevesse, as suas posições políticas certamente o terão feito adoptar determinada posição jurídico de efeitos políticos imediatos (porque ele funciona sobretudo no imediato): agora veja-se a máscara jurídica e legalista de expressões como estas – ‘funcionamento anómalo’ ou ‘culpa funcional’ do Estado, mesmo sem responsáveis directos com nomes e apelidos apurados.
Que o Marcelo é divertido, é; que tem bom poder de comunicação, tem; que é popularíssimo, está visto que sim; agora quanto a lealdade e seriedade, pergunte-se por exemplo a Francisco Balsemão. Eu nem acreditaria muito nas boas relações que voltou a ter com António Costa; mas estou em crer que Costa sabe ao que anda, e o conhece bem.