Vinagrete 17.09.22 – O Reino da AutoEuropa

AutoEuropa em campanha, fotografia do Jornal de Negócios

Sempre achei que o anterior presidente da Comissão de Trabalhadores da AutoEuropa, António Chora, do Bloco de Esquerda,

funcionava como um autêntico administrador da empresa. Só não era realmente administrador, porque a sua filiação partidária o não permitiria, e porque o uso em Portugal não é o da nórdica cogestão.

Mas ali havia realmente uma verdadeira cogestão, que tinha como resultado um caso único de muita produtividade.

AutoEuropa em luta, fotografia da Euronews

O afastamento de Chora está a dar uma oportunidade ao PCP de recuperar a influência na empresa através dos sindicatos. Porque os sindicatos são mais a ‘praia’ do PCP, partido que apreciará tanto a social-democrata cogestão como a troglodita direita portuguesa mais liberal.

Pessoalmente, sou favorável a uma cogestão, em que os trabalhadores participem nas decisões da empresa (que em geral conhecem perfeitamente bem, e devem estar interessados na sua sobrevivência dentro de critérios laborais aceitáveis).

Agora não posso concordar é com os que exigem todas as cedências a uma grande empresa, seja a AutoEuropa ou outra, só para garantirem ali de qualquer maneira uns postos de trabalho. Os postos de trabalho não se mantêm de qualquer maneira. Se uma empresa não tem condições para funcionar em condições laboralmente aceitáveis, o melhor mesmo é fechar. Como terá acontecido a tantas nortenhas, quando se proibiu o trabalho infantil.

Julgo não ser aceitável a empresas pretenderem acabar com as folgas dos sábados, uma grande conquista laboral da civilização. Se não estão dimensionadas para aceitarem as folgas dos sábados, talvez não devam existir. E o coro dos que querem ceder de qualquer maneira, só para se preservarem postos de trabalho, mostra bem o que se pode esperar dessa gente.

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