Vinagrete 17.07.06 – Dignidade humana

Pobreza que indigna, fotografia de La Razón

Muito se escreveu sobre a solidariedade nacional com as vítimas dos incêndios, e sobre as obrigações nacionais para com os mortos. Mesmo sabendo que incêndios destes (não falo do prédio de Londres

, em que é facilmente detectável uma opção por matéria inflamável), igualmente fatais, e em que a mão humana nada pode fazer para os evitar (é a força dos elementos imparável) – ao contrário do que sucedeu num prédio de Londres, com um revestimentos particularmente ‘inflamável’, por opção governamental – existem assim por todo o mundo, e é necessário estar preparado para enfrentar calamidades naturais imparáveis.

Entre mortos e pobres…, fotografia da RTP em Pedrógão

De qualquer modo, se os mortos nem sempre se podem evitar, a vida com dignidade é uma obrigação dos governos e dos particulares. Alguém disse isso, e com muita razão. Portanto, como diria o outro marquês, enterremos os mortos e tratemos dos vivos.

Isso não significa, evidentemente, que passado o calor do momento, não se evitem ao máximo as mortes, designadamente com políticas florestais adequadas e possíveis de impor, ou com um serviço de comunicações capaz de funcionar realmente nas situações mais adversas (e não apenas quando não faz falta). Mas tratemos para já de tratar com dignidade os vivos que ainda nos sobram – muitos a viverem abaixo dos limiares aceitáveis de dignidade humana.

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