Vinagrete 17.07.04 – Ainda o SIRESP

Li há dias, suponho que no Público, que «a maioria das mortes em Pedrógão coincidiu com colapso do SIRESP».

 

SIRESP, ironia, fotografia de bombeiros.pt

Claro que considero que num mundo civilizado a Justiça não se pode fazer nos jornais (que contudo devem contribuir para ela), nem por estatísticas (que no entanto podem ajudar). Tanto mais que aqui há divergências oficiais óbvias e alardeadas. As coisas não são necessariamente como a maioria das pessoas diz – e, por isso, o mundo civilizado vive com tribunais. Mesmo onde a Justiça é tão má como cá. Porque não vejo razão para desconsiderar um relatório da PJ em favor de um outro qualquer ou vice-versa.

Ora oiço dizer que o SIRESP foi o grande culpado, ora garantem que não teve culpa nenhuma.

Com ou sem culpa, com raio seco ou sem ele, este sistema deve ser

Fotografia da RTP

encarado de frente em relação às necessidades futuras. E para já, sabem-se duas coisas, suponho que sem dúvidas nem segundas interpretações: foi caríssimo. Os seus autores dizem ter ficado em cerca de 80 milhões de euros, e ter sido vendido por muito mais, quando o ex-ministro do PSD, Daniel Sanches (antes administrador da entidade que o vendia, a SLN, ligada ao falido e burlão BPN), e depois diminuído por António Costa, quando ministro da Administração Interna, para 480 milhões (ainda assim caríssimo, mesmo que cumprisse todas as funções), com diminuição equivalente de serviços.

Não esqueço que como principal accionista, segundo li nos jornais, tem a Galileu (organização da UE para os satélites), que deve ser séria, ao contrário do que supomos da SLN, pelo menos nesse tempo.

Com ou sem culpas do SIRESP (não serei eu a decidi-lo), espero portanto que nada fique aqui na mesma.

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