EDP, fotografia do Público

Tem graça esta do Eduardo Catroga achar que as empresas cotadas, mesmo num serviço público, mesmo praticamente monopolistas, podem brincar com os consumidores à vontade, sobretudo explorá-los directamente nas contas de electricidade e indirectamente nos impostos através de subsídios que recebem do Estado, tudo ilegal, tudo imoral, tudo obscuro, mas que os consumidores não podem brincar com as cotadas.

Muito bem: Catroga é um idiota chapado, que passa a vida a dizer ‘boutades’, e que não devia estar onde está, como o próprio Marques Mendes parece ter reconhecido. Mas sendo Pedro Passos Coelho muito medíocre, e não tendo muito pessoal que o sirva, um tipo como Catroga

Costa com Lacerda Machado, fotografia do Expresso

(afinal Cavaco também o enfiou no Governo, a ele, a Dias Loureiro e a Oliveira e Costa, mais outros quejandos) é pau para a toda a obra que der muito dinheiro e influência. Só não se percebe que Passos ache bem pôr Catroga a ganhar os maiores ordenados do país, para dizer uns quantos dislates, na defesa de privilégios pessoais, mas já não concorde que António Costa nomeie alguém da sua confiança pessoal para representar o Estado numa empresa como a TAP. O grande princípio de Passos parece ser este; para cada contexto a sua verdade. E o pior defeito que os outros têm é o que ele próprio tem também. Porque mais ninguém parece achar mal a nomeação de uma pessoa da confiança de Costa para a administração da TAP, que Passos no entanto achou por bem privatizar num Executivo em gestão.