Vinagrete 17.05.23 – Optimismos em concorrência

Marcelo com Costa, fotografia da TVI24

Marcelo estava claramente optimista na Croácia sobre a evolução económica. António Costa disse simpaticamente e à defesa que não pretendia concorrer com o Presidente em optimismo, mas a verdade é que os números estão a dar-lhes para isso (como até Bruxelas já reconhece). Com renovada irritação do PSD/CDS (veja-se o carão dele na conferência de imprensa de ontem, por causa da saída do PDE), como se viu por uma intervenção parlamentar que punha em causa os perigos do optimismo perante as boas notícias económicas – avançadas por instituições nacionais e internacionais, e com que a antiga maioria parlamentar não se conforma. Ou seja, fora da concorrência dos optimismos nacionais.

Curiosamente, mesmo agências de rating como a Moody’s, que

Passos aborrecido, fotografia do Sapo

parece não terem vergonha de errar com os países pequenos (depois de errarem na crise também com os grandes). Talvez devessem seguir os conselhos de quem sugere aos seus economistas (também vale para a nossa Cardosa) que revejam os seus instrumentos de análise. Ou então que abandonem preconceitos ideológicos comprovadamente errados.

E esta de Olivier Blanchard, do FMI, reconhecer finalmente os dados que não previu, e receitar agora medidas tão diferentes, como abandonar a obsessão do défice e da redução da dívida, para prosseguir no investimento! Opinião oposta à da tal Moody’s. O melhor é apostarmos em Centeno, que não se tem saído mal, e não acreditarmos nos outros, que passam a vida enganados, embora falando sempre com excesso de certezas. Só que são certezas baseadas em instrumentos de análise

Optimismo de Bruxelas sobre Portugal com tempero ideológico, fotografia de Jornal Económico

deficientes. Também, como dizem os filósofos, e não só, só tem certezas quem anda muito mal informado.

E enfim, se PR e PM, de origens bem distintas, concorrem em optimismo – talvez eu também deva entrar nessa (para desespero da anterior coligação governamental, que segundo parece preferia ver o país tão afundado como no seu tempo, s está desejosa de voltar a afundá-lo, e com pena de não o ter deixado afundado nos últimos tempos em que foram cometidos o que a seu ver são pecados como a reposição de alguns poderes de compra, o aumentado dos feriados, a devolução rápida de IRSs excessivos, melhores benefícios sociais, etc.).

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