Vinagrete 17.05.15 – Universalidade pede raízes

Fotografia da RTP

Claro que não é uma ideia minha, mas até parece. Só se atinge a universalidade, ou a genialidade, recolhendo às raízes identitárias e culturais. Mesmo que estejam em vias de extinção, com a globalização, ainda existem e se impõem. E a globalização, nos séculos mais próximos, poderá abafar algumas identidades culturais, mas não todas. De resto, temos o cosmopolitismo, que pode ser muito culto e aberto a todos, mas nunca chega a ser genial e universal.

Quando dei comigo a ver este Festival da Eurovisão, pela propaganda com a devida antecedência feita em torno da canção vencedora, achei logo que seria a que merecia ganhar. Admiti que não ganhasse, por os critérios festivaleiros da Eurovisão não chegarem a tanto: à universalidade

Portugal esteve quase sempre à frente nas votações da Eurovisão, fotografia de escportugal.pt

. E decidissem ficar-se muito aquém, por aquela imitação de cosmopolitismo que o generalizado inglês (língua actualmente franca) fazia parecer. De resto, a generalidade das canções não só sucumbiram erradamente ao inglês, mas também a um exagerado efeito tecnológico-visual, que deliberadamente nos afastava das canções.

Finalmente, até os júris da Eurovisão e as votações populares concluíram pelo aparentemente óbvio: a única universalidade ali presente, que como tal devia ser destacada e premiada, era a canção portuguesa, dos irmãos Sobral. Estamos pois de acordo. Imagino o melão de quem com boas intenções preferiu abraçar os critérios festivaleiros de imagens e língua franca.

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