
Fotografia do JN
Reparo que os sucessivos governos, de Costa ou de Passos, e também os ligeiríssimos comentadores, têm mão leve para usar o nosso dinheiro, o dos contribuintes, nos lesados do Bancos. A ideia é fazer que qualquer investimento de quem tem dinheiro para isso não seja minimamente arriscado, porque no final, se os Bancos falirem, cá estarão os contribuintes para pagar maior fatura (a dos Bancos falidos, mais a dos ditos lesados).
Eu começaria por pôr alguns limites no assunto. Para já parece-me mal que os lesados considerem não dever correr qualquer risco nos seus investimentos, e não precisem por isso de ter sequer cuidados. Investem o dinheiro de qualquer maneira, e se correr mal estendem a mão ao Estado (contribuintes), com o apoio de todos (políticos e imprensa). Se os do BES têm e desculpa dos maus conselhos públicos do então PR e do governador do Banco de Portugal, vão ressarcir-se em tribunal, mas apenas com o dinheiro dessas pessoas (talvez também com

Montepio em assembleia geral, fotografia do Jornal Económico
os dos eleitores e apoiantes assumidos), nunca o dos contribuintes.
Mas não podíamos já começar por responsabilizar algumas pessoas? Claro que ficarei sempre com todos os lesados, sejam do BES ou de outro Banco qualquer, atravessados. Mas ao ver como uma assembleia geral do Montepio resolveu apoiar por esmagadora maioria a administração acusada de estar a levar o Banco à falência, gostaria que ao menos essa gente, amante de tal administração, não possa no futuro ser apresentada como lesada e com direito a indemnizações públicas. Acredito que os una a esta administração aparentemente incompetente ou aldrabona uma ganância de lucros prometidos. Mas então assumam as suas posições sem esperarem depois nada dos contribuintes. Será que alguém se deu ao trabalho de fazer uma lista com o nome dos apoiantes da administração aparentemente ruinosa do Montepio? É que, segundo vi nas notícias, a votação nem sequer foi secreta. Portanto, até é fácil fazer a lista. Talvez baste pegar nas gravações filmadas – se não se lembraram a tempo de ir lá tratar do assunto.