Bilhardices, 17.04.20

Portugal Menos Amordaçado

Expresso lançou Portugal Amordaçado na Gulbenkian

Francisco Balsemão, que vai lançar a reedição do livro Portugal Amordaçado (1972), de Mário Soares, em fascículos, com o Expresso, pontificou na sessão da sua apresentação. Também presente, e em evidência, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que não discute elogios ao falecido ex-Presidente.

Do PS é que apareceu pouca gente. Manuel Alegre, talvez a reatar boas relações com a família Soares (muito bem representada pelos filhos João e Isabel, mais o sobrinho Alfredo Barroso). José Leitão deve ter vindo das comemorações da fundação do PS (no mesmo dia) para ali.

Dos tempos de Soares em Belém, estavam Miguel Almeida Fernandes e José Manuel dos Santos (que faz o prefácio de um dos fascículos).

Deputados é que se viam poucos. Para compensar, lá estava o presidente do Parlamento, Eduardo Ferro Rodrigues.

Ler Devagar engole Ferin

José Pinho

José Pinho, que lançou a livraria Ler devagar no Bairro Alto, e a expandiu depois pela LX Factory, e merecia grandes aplausos do saudoso Eduardo Prado Coelho, acaba de ‘engolir’ livraria Ferin, no Chiado (R. Nova do Almada, junto ao antigo Tribunal da Boa Hora).

Num certo sentido pode achar-se natural. Ambas as livrarias tinham um público culto e amante de livros e de outras manifestações culturais congéneres. Nesse aspecto, eram de facto idênticas. Mas separava-as depois toda uma postura política e ideológica. A Ler Devagar era mais conectada com um público de esquerda, e a Ferin com um conservador (muito dado a heráldicas e actividades equestres).

Vamos ver como vai funcionar este união. Mas certamente o público da Ferin (uma das casas mais antigas da especialidade em Lisboa, e de origem estrangeira, como se percebe pelo nome que uma famºilia, até há pouco à sua frente ao longo de gerações, lhe deu), ainda por cima culto ao ponto de perceber o que se passa, pensará do assunto. E mesmo o da Ler devagar, habituado a ver titulares exibirem-se na Ferin.

Modas e fora de modas

Julia Restoin Roitfeld, fotografia de WWD

Julia Restoin Roitfeld, uma modelo francesa fixada em Nova Iorque, dizia recentemente numa entrevista divulgada pela TIP Content: «A minha mãe ensinou-me a não seguir modas, e a não andar com coisas de designe da cabeça aos pés».

Curioso: também fui educado assim. O problema são as pessoas que aparecem com poder de compra e sem referências de gerações anteriores. Talvez seja o democrático e simpático número delas que fez florescer nos últimos anos o sector da moda.

Note-se que a mãe de Julia é nem mais nem menos que Carine Roitfeld (n.1954), antiga modelo e escritora, e reformada (em 2010) como editora-chefe da Vogue de Paris.

 

Prémios para porto de Leixões

O Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões foi eleito o ‘Edifício do Ano 2017’ pelo ArchDaily (o site de arquitetura mais visto do mundo, 350 il visitas diárias, sediado nos EUA), que assim atribui um Prémio Anual de Arquitectura. Enfim 16 Prémios, porque versam sobre outras tantas categorias. A de Leixões refere-se ao melhor edifício público.

Arq. Luís Pedro Silva, de Oliveira de Azameis

O edifício, da autoria de Luís Pedro Silva, recebera já galardões como o de ‘Melhor Porto do Ano’, pela Seatrade Awards 2015 (da AZAwards, prestigiada competição canadiana que todos os anos elege o que de melhor se faz no mundo da arquitetura e design contemporâneo), ou o de ‘Melhor projeto público’ pelos prémios da Revista Construir.

Veja-se como é obra: o projecto foi selecionado entre 826 de mais de 50 países. De resto, para o Prémio de Leixões, houve outros quatro finalistas de peso: o “Harbin Opera House”, na China, o “The Waterhouse at South Bund”, também na China, e “Vegas Atlas Congress Center” e “Stanford Central Energy facility”, estes 2 nos EUA.

Construído a 700 metros da costa, o novo Terminal de Cruzeiros de Leixões recebeu em 2015 o título de ‘Melhor Porto do Ano’, atribuído pela Seatrade Awards 2015, a par dos Portos de São Francisco, nos EUA, e de Amesterdão, na Holanda.

Democracia é vítima do populismo

Jean d’Ormesson, escritor, filósofo e actor francês, falando da eleições do seu país numa entrevista distribuída pela TIP Content, afirma isto: «A grande vítima do populismo é a democracia».

Parece-me que por muito evidente que isso seja, precisa de ser dito claramente. Como precisa de ser dito que os defensores da censura talvez não se devam queixar de serem censurados (isto, mais a propósito da política nacional).

Qualidade de espaço

Norman Foster, o renomado arquitecto inglês, disse numa entrevista distribuída pela TIP Content, e certamente sobre a sua especialidade: «Não se trata da quantidade de espaço, mas da qualidade do espaço».

Pandemia, nuclear e clima no mesmo nível de perigos

Bill Gates, fotografia do NYT

Bill Gates, o guru da Microsoft que é suposto saber de quase tudo, disse numa recente entrevista distribuída pela TIP Content: «Estar preparado para uma pandemia global é tão urgente e importante como estar para catástrofes nucleares ou climatéricas».

            E tudo indica que tem razão. Coimo teria razão em advertir para não se entrar em histerias fáceis à conta do erário público – como aconteceu por cá não há demasiados anos, com compras massivas de uma vacina que não serviu para grande coisa nem teve saída suficiente. Alguém, claro, fará negócios com isto.

 

Ryan Gosling, fotografia de IMDb

Ryan Gosling também é filósofo

Ryan Gosling, que acaba de ganhar um Globo de Oiro pela sua participação no La La Land (de Damien Chazelle), o filme estrela do momento (depois de estrear em Agosto passado, em Veneza), também se mostra um verdadeiro filºosofo. Numa entrevista distribuída pela TIP Content, diz ele: «Sinto que tive muita sorte em não conseguir fora de tempo as coisas que eu julgava querer».

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