MP a brincar à Justiça

Vamos lá então chover no molhado: até porque já falei disto.

Pessoalmente, posso até compreender que um magistrado, incapaz de conseguir provas contra alguém de quem tem elementos de culpa, se sinta por isso frustrado, a pontos de dar conhecimento público do assunto. Mas não posso aceitar que um magistrado, depois de 8 anos a investigar, não consiga nem provas, nem dados concretos acusatórios, e se limite a fazer um despacho de arquivamento cheio de acusações (com base em convicções pessoais que não conseguiu reforçar com nenhum dado concreto e palpável, ou seja, uma forma da indesejável Justiça Popular). Nesses casos, penso que se deveria julgar o dito magistrado, por demasiada e assumida incompetência. Embora naturalmente me possa parecer igualmente escandalosa a mania de os maiores culpados seguirem o princípio de que ‘a melhor defesa é o ataque’, e desatem a berrar contra quem os quer travar.

Haveria forma de processar todos? Enfim, com a Justiça que temos, acredito muito pouco nisso. Seria demasiado justo para o que vejo por cá.

E história de Angola, e da acusação e Vicente, em que fica? É o nosso Ministério Público o asneirento? É o deles pouco democrático e controlado pelo Governo? São, como parecem, as duas coisas juntas?

Entretanto por cá, escusado será lembrar que os contribuintes perderam muito mais dinheiro com o BPN (e com quem enriqueceu à custa deles) do que com Sócrates. Mas, quanto a isto, nada podemos esperar da nossa Justiça.

Lembram-se de Cunha Rodrigues. Ao menos tenho a ideia de que no tempo dele o MP estava em ordem, e que nunca mais voltou a estar.