Vinagrete 17.04.05 – Bob Dylan não resistiu à massa do Nobel

Foto de bibliofiloenmascarado.com

Depois de se armar em fortalhaço, e dar a ideia de que não liga nenhuma ao Prémio Nobel da Literatura com que foi galardoado, chegando ao ponto de alardear a má criação de não o agradecer em público nem aparecer na cerimónia que esteve preparada para lho atribuir, lá foi ele afinal de mansinho recebê-lo. E a Academia sueca, que o atribui, deixou bem claro que não faria mais nada para o entregar, e que ele caducaria se não fosse pedido até Junho, com as condições para o receber cumpridas.

E Dylan, com o rabinho entre as pernas, lá esqueceu o músculo que fizera antes, e correu a suplicar a entrega do Prémio, de mansinho e quase às escondi

Dylan a receber o Nober, fotografia de br.rfi.fr

das. Sempre são umas largas centenas de milhares de euros, fora a parte simbólica.

Afinal, Dylan talvez não o merecesse mesmo. Não tanto por não ser um bom artista, mas por não saber comportar-se socialmente, nem mostrar-se agradecido. Ou seja, por excesso de incompreensível arrogância.

De resto, penso que o Nobel da Literatura, ao evitar os clássicos romancistas e poetas – nesse aspecto a Literatura já passou o seu auge – envereda pelo caminho certo. Achei muito bem a premiada do ano passado, e pareceu-me perfeito o deste ano. A Literatura anda de facto por novos caminhos.

Devo dizer que o maior escritor vivo do meu tempo, Torga, embora deixasse grandes romances e poemas, me parece enorme sobretudo pelo livro biográfico A Criação do Mundo. Sobretudo, o 1º livroi. Só por isso, teria merecido mais do que qualquer outro português (sobretudo os que se esforçaram mais por aderir a uma nova forma de escrita, e foram mais formalistas que criadores), o Nobel da Literatura.

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