Li nos jornais que Gabriela Canavilhas (aquela pianista madura e bonita que foi ministra da Cultura), na opinião da ERC, se ‘excedeu’, por causa de se ofender com a forma como uma jornalista distorceu factos de uma notícia, ou de uma reportagem.

Como lamento esse dito que por aí anda de que muitos jornalistas detestam os factos, por teimarem em desmentir as suas convicções, que preferem passar a

G.Canavilhas, fotografia de Fiat Lux

escrito. Ora eu, embora aprecie muito pessoas de convicções fortes, prefiro que os factos sejam respeitados, sobretudo pelos jornalistas. E por isso, ou a jornalista distorceu realmente os factos (e então o melhor para o jornalismo é que ela se dedique a outra actividade, ou se comprometa a não distorcer mais os factos e haja alguém que a controle nesse aspecto), ou não distorceu. No primeiro caso, Gabriela Canavilhas teve razão, e não deve sequer ser chamada à atenção. No segundo caso, deve esclarecer-se que a jornalista respeitou escrupulosamente os factos, e Gabriela, por muito bonita que continue na sua madurez, deve ser chamada à atenção. Infelizmente, duvido que a ERC sirva mesmo para esta coisa mínima.