
Paulo Macedo, fotografia da TSF
Não digo que ele não seja um excelente bancário, com boas aptidões até para banqueiro. Mas fazerem dele um herói à frente do Fisco causa-me os maiores calafrios. Não tanto por o fazerem isso, mas por a imprensa que devia explicar bem as coisas e pôr-se à devida distância, também alinhar quase toda no disparate encomiástico.
Ainda há dias recebi uma conta gorda e antiga de uma Universidade, que não tinha de pagar por vários motivos, incluindo o de estar prescrita. Mas como veio através da Autoridade Tributária, o meu advogado aconselhou-me a pagá-la, para não ter problemas acrescidos com as Finanças. Tanto mais que sendo a conta do Estado, e não se

Fotografia da ump.pt
importando a pessoa que a põe (um simples funcionário inferior) com os dinheiros gastos na Justiça, haveria sempre recursos, que fariam o processo demorar anos sem fim, e eu ia aparecer entretanto como devedor do Fisco, sem nenhuns direitos ali, e com muitos deveres acrescidos. Resultado: paguei o que não tinha de pagar. Alinhei na injustiça pelo pânico que até o meu advogado tem da Autoridade Tributária, tal como ela se apresenta (com infinitos poderes, e sem reconhecer nenhum direito aos contribuintes que a sustentam). E é por a ter transformado nisso que o elogiam como director geral das Finanças, cujo ordenado constituiu um verdadeiro ‘roubo’ aos contribuintes, por não se adequar ao que manda a Lei geral para estes

Contribuintes espoliados, fotografia de club-k.net
cargos, e fomentar o ‘roubo’ descarado dos contribuintes mais honestos (porque os desonestos sempre têm maneira de se safarem). Sobretudo tendo em conta que haverá outros directores gerais realmente competentes, e que nunca ganharam nada de parecido.
Simplesmente, a avaliar pelas atitudes de parte importante da nossa imprensa mais divulgada, imagino que os contribuintes ficaram também nisto sem defesas. E o homem passa por génio e híper competente, sem ser nenhuma das coisas. A verdade é que os

Fotografia da RTP
contribuintes lhe vão pagando chorudos ordenados, e a imprensa defende-o mais a ele do que aos ditos contribuintes. Muitos dos quais vivem de pensões verdadeiramente miseráveis, apesar de terem descontado para a reforma fortunas durante várias décadas.
Na CGD, de resto, não se prevê que vá para além da falta de imaginação dos piores gestores, limitando-se a cortar (trabalhadores e balcões), e empobrecendo cada vez mais o Banco Público que lhe paga principescamente.