
Congresso do PCP, fotografia de coiso.net
Lá acabou o Congresso do PCP, na habitual apoteose. Mas continuo a notar que Jerónimo de Sousa, que tinha uma vitalidade e alegria que contrastava muito com o seu antecessor Carlos Carvalhas, perdeu esta alegria desde a formação do Governo de esquerda (a tal geringonça). Mas as notícias são positivas para o apoio do PCP a este Governo de esquerda (a dita geringonça). Consta que mesmo os partidos irmãos internacionais o vêem com bons olhos, e como experiência a seguir. Pedro Santana Lopes disse, com uma certa razão, que também é positivo para a clarificação da situação política nacional, pois é a melhor forma de separar a esquerda da direita (o que não tem sido reconhecido dentro do seu próprio partido). Neste aspecto, poder-se-ia considerar igualmente positiva a direitização do PSD, com Passos Coelho. E Marques Mendes tem razão quando diz que

Congresso PC ‘irmão’ chinês, todo bem arranjadinho, fotografia de coiso.net
o PCP, passem as suas qualidades e defeitos políticos, é o mais leal e constante dos aliados: palavra dada é palavra cumprida, custe o que custar. Um jornal de hoje também adianta que as greves diminuíam 50%, o que mostra um certo controlo importante do mundo sindical mais
reivindicativo e difícil.
O problema é que não se nota realmente uma diferença significativa, ainda assim, entre as posições do PS e as do PSD. Com o BE não se pode contar demasiado, por ser bastante volúvel e menos certo. As sondagens mostram por outro lado a vantagem do PS, ao mostrar-se apenas melhor administrador do que o actual PSD, com reflexos negativos no apoio eleitoral dos restantes (incluindo PCP e BE).

A tristeza de Jerónimo de Sousa, fotografia do jornal i
Enfim, tudo preocupações para a ‘geringonça’, que tem de ponderar também nos motivos da tristeza de Jerónimo de Sousa (o tal que acredita ainda na luta de classes, e se resiste a encarar a evolução das sociedades). Jerónimo, definitivamente, não parece demasiado satisfeito com o caminho empreendido pelo PCP. E o PCP, afinal, até deve ser mais democrata do que parece, com um secretário-geral a levar por diante uma política com que não concorda. Veremos no que isto dá. Veremos se é suficiente a luta pela revisão da dívida pública, aprovada no Congresso do PCP, que o PS continua a desmentir, mas que a Grécia está a conquistar.