Vinagrete 16.11.16 – Direito a ser homofóbico pacífico

Mª José Vilaça, a psicóloga católica perseguida por delito de opinião, fotografia do Público

Mª José Vilaça, a psicóloga católica perseguida por delito de opinião, fotografia do Público

Eu defendo o direito a todas as posições, incluindo o de se ser homofóbico – evidentemente pacífico. Já bem basta ter aturar com esse nome, que cheira a insulto. Eu defendo que os heterossexuais como eu não devem ter medo de o ser, numa altura em que só é bem visto ser-se homossexual. Eu teria imensa pena de ter um filho(a) homossexual, embora acredite que o aceitasse logo. E como tenho 8, as possibilidades aí estão. E estou feliz por não passarem de possibilidades não concretizadas (até ao que vi neste momento).

Eu exijo, em nome da liberdade, que as pessoas possam ser homofóbicas ou a favor da homossexualidade, sem por isso serem despedidas ou incomodadas. Eu não entendo que se tenha posto um processo a uma psicóloga, pela respectiva Ordem Profissional, só por ela ter dito, falando de que lamenta ter um filho homossexual, embora sem deixar de o amar, que ser homossexual é como ser toxicodependente. Mesmo sendo ela católica, e da Associação dos Psicólogos Católicos, e sendo eu igualmente católico, mas não dessa Associação

LGBT, fotografia do DN

LGBT, fotografia do DN

(nem sequer psicólogo sou), não estou de acordo com ela. Não gostaria de ter um filho homossexual, amá-lo-ia certamente tanto como se não fosse, mas não me parece a coisa equivalente à toxicodependência. No entanto, gostaria que a sociedade em que vivo aceitasse opiniões diversas – que até podem estar certas, pelo menos para quem as profere.

Percebo que a Ordem dos Psicólogos não quer que os seus membros façam declarações públicas não comprovadas cientificamente. Mas obviamente estamos aqui fora do científico. E deixemos o Trump mais as suas trampices o mais longe possível. Por mim, naturalmente, aceito que a senhora tenha dito aquilo, como aceito que outros digam o oposto. É assim a sociedade em que me sinto bem. Sem Trumps, nem trampismos.

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