
Mª José Vilaça, a psicóloga católica perseguida por delito de opinião, fotografia do Público
Eu defendo o direito a todas as posições, incluindo o de se ser homofóbico – evidentemente pacífico. Já bem basta ter aturar com esse nome, que cheira a insulto. Eu defendo que os heterossexuais como eu não devem ter medo de o ser, numa altura em que só é bem visto ser-se homossexual. Eu teria imensa pena de ter um filho(a) homossexual, embora acredite que o aceitasse logo. E como tenho 8, as possibilidades aí estão. E estou feliz por não passarem de possibilidades não concretizadas (até ao que vi neste momento).
Eu exijo, em nome da liberdade, que as pessoas possam ser homofóbicas ou a favor da homossexualidade, sem por isso serem despedidas ou incomodadas. Eu não entendo que se tenha posto um processo a uma psicóloga, pela respectiva Ordem Profissional, só por ela ter dito, falando de que lamenta ter um filho homossexual, embora sem deixar de o amar, que ser homossexual é como ser toxicodependente. Mesmo sendo ela católica, e da Associação dos Psicólogos Católicos, e sendo eu igualmente católico, mas não dessa Associação

LGBT, fotografia do DN
(nem sequer psicólogo sou), não estou de acordo com ela. Não gostaria de ter um filho homossexual, amá-lo-ia certamente tanto como se não fosse, mas não me parece a coisa equivalente à toxicodependência. No entanto, gostaria que a sociedade em que vivo aceitasse opiniões diversas – que até podem estar certas, pelo menos para quem as profere.
Percebo que a Ordem dos Psicólogos não quer que os seus membros façam declarações públicas não comprovadas cientificamente. Mas obviamente estamos aqui fora do científico. E deixemos o Trump mais as suas trampices o mais longe possível. Por mim, naturalmente, aceito que a senhora tenha dito aquilo, como aceito que outros digam o oposto. É assim a sociedade em que me sinto bem. Sem Trumps, nem trampismos.