Nem eu sou contra a CGD ou a RTP do Estado, nem me parece que o seja o empresário comentador Pedro Marques Lopes, a que me vou referir, por causa de um artigo no DN de ontem, domingo. Diz ele, depois de uma série de considerandos com que concordo inteiramente (nomeadamente sobre os apoios dados pela CGD para Sócrates dominar o BCP),o seguinte: «Quem quer profissionais competentes e independentes tem de os pagar a preços de mercado». E disse ainda: «No momento em que o Estado decide participar numa atividade em concorrência com privados, tem de jogar com as mesmas regras. Mais, estando

Sede da CGD, fotografia de Dinheiro Vivo

em causa o interesse público, tem de haver o especial cuidado de tentar recrutar os melhores».

Só gostaria de saber se ele diria o mesmo sobre a RTP, que também está no mercado em concorrência com empresas congéneres privadas – e espero que aí continue, em melhores condições do que agora. Eu sim, diria isso, mas em todos os casos, e especialmente nestes dois (embora retenha que o Estado deve preservar-se em tempos de crise de contribuir para excessos de alguns poucos).

E esta, hem?!…

Já sou forçado a admitir que concordo inteiramente com Marques Mendes em achar grave a excepção criada para os gestores da CGD, deixando-os fora das obrigações dos gestores públicos. Imagino que agora uma a uma se vão criando excepções para todos (haverá outros casos mais complicados), e a Lei deixa simplesmente de existir, e fica apenas para as empresas de treta.

Quanto à polémica Passos-Domingues, abstenho-me completamente de comentar. Qualquer dos dois me parece desvariados, e o primeiro completamente inconsequente.