Vinagrete 16.10.20 – Voltou a luta de classes

Fotografia de jornalmudardevida.net

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Pode-se dizer que veio já muito fora de tempo, mas ela aí está: a luta de classes. No fundo, uma herança do Governo Passos-Portas, que andou a tratar mal os trabalhadores com a ideia de que assim favorecia os empresários e os investimentos, e apostou muito em dividir a sociedade (pensionistas contra não pensionistas, novos contra velhos, sindicatos contra empresários, etc.).

Veja-se o que Pedro Ferraz da Costa, presidente do Fórum para a Competitividade e ex-líder da CIP, disse numa entrevista a uma parceria Público-RR: «O Governo não inspira confiança a investidores». E, na mesma ocasião, afirmara também antes: «Estamos pendurados em coisas muito ténues».

Imagem de liberalismo.org

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Ora aqui está: Ferraz da Costa, que nunca pareceu muito expedito de cabeça, tem a ideia de que, para satisfazer investidores, é preciso tratá-los muito bem, e muito mal os trabalhadores. Aquele equilíbrio da esquerda ou da direita democráticas, enfim do Centro ou Centrão,

que vai dos socialistas e sociais-democratas aos democratas-cristãos, é por muitos visto como ultrapassado depois da experiência ‘à bruta’ de Passos-Portas, que deixou uma certa gente radiante, e a maioria na miséria. Segundo os seus apoiantes, não fazem sentido o PS e os velhos PSD e CDS social-democrata e democrata-cristão. Por isso, Cristas e

Fotografia de galiza.cig.gal

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Passos entretêm-se hoje a dizer mais ou menos o mesmo que Ferraz da Costa, mas de forma menos coerente: criticam tudo o que se altera nas suas políticas anteriores, vitupera-se qualquer diminuição de impostos, e acusa-se este Governo de fazer o que eles fizeram: aumentar apenas os impostos para os mais carenciados. Mas tudo porque acham e temem o contrário disso.

Para Ferraz da Costa, Passos e Cristas esta maioria de esquerda deve ser excessivamente moderada: eles apostam realmente no regresso da luta de classes, e esperam ser apoiados por uma parte da classe menos beneficiada mas ainda assim por eles bem enganada.

E Costa, que até não hesitou em esquecer os bons princípios da Justiça Social, para dar um ordenadão ao presidente da pública CGD, apesar de ele provavelmente, depois da compra do BPI pelos espanhóis, não ter ali lugar assegurado, quanto mais noutro Banco qualquer, onde os presidentes ganham menos do que ele. Até o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, homem mais conservador mas ainda assim favorável à Justiça Social e católico, achou aquilo mal…

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