Vinagrete 16.09.23 – A Banca portuguesa

bpiVamos lá a ver: é mesmo importante haver uma Banca portuguesa? A questão torna-se mais pertinente num momento em que um dos mais emblemáticos Bancos nacionais, o BPI, está a voar para longe. Embora estivesse já nas mãos de estrangeiros, gozava de um equilíbrio de posições que permitia uma administração portuguesa brilhar. Agora, aparentemente, isso vai acabar, e o banco voa todo para mãos espanholas.

O drama da Banca nacional é estar entalada entre as ambições sonoras e endinheiradas de Angola e de Espanha. O dinheiro angolano cheira um pouco pior, porque parece roubado ao povo, e o país não tem também tradições de mercado – embora o seu histórico enquanto accionistas de Bancos nacionais acabe por ter sido, até agora aceitável. O dinheiro espanhol será mais honesto, e a

Banqeuqieros nacionais, fotografia do Jornal de Negócios

Banqeuqieros nacionais, fotografia do Jornal de Negócios

experiência de mercado em Espanha é mais evidente.

Mas se eu, nos 14 anos em que vivi em Espanha, não consegui ser cliente de um Banco espanhol, o que pensarei das empresas, tendo em conta o hipernacionalismo com que funcionam os Bancos do Estado vizinho? Bem sei que eram tempos em que a Banca nacional, empurrada por Jardim Gonçalves, também nos habituara a serviço muito melhor. Até a CGD, desde o não banqueiro Rui Vilar. De qualquer modo desconfio muito. Embora saiba que o mercado é o que é, e não veja portugueses com vontade ou capital para trabalharem a sério no sector. E quando digo a sério, excluo naturalmente os que têm em vista a pura especulação – que são infelizmente os que mais aparecem. Portanto a questão é esta: o mercado deixa-nos outra saída? E não era preferível Bruxelas não se meter tanto no assunto? Nem os banqueiros?

Deixe um comentário