Chamam ‘pató’ a Carlos Alexandre, para o salvarem

Carlos Alexandre, fotografia do Expresso
É engraçado ver juízes manifestarem a sua convicção (cuidado com as convicções dos juízes) de que Carlos Alexandre, na entrevista à SIC (e provavelmente na que deu também ao Expresso), quando se refere a não ter amigos que lhe emprestem grandes somas de dinheiro, não estar a pensar em Sócrates, em quem pensa todo o resto do tempo, e a quem acusa disso mesmo (de ter amigos que lhe emprestam imenso dinheiro).
Claro que esta é uma forma de dizer que Carlos Alexandre é mais ‘pató’ do que incorrecto. E claro também que, até agora, só vi juízes sindicalistas fazerem esta arrevesada interpretação.

J. Sócrates, fotografia da RTP
Mas talvez seja melhor deitar uma bóia de salvação qualquer a este Carlos Alexandre ‘pató’ (de qualquer maneira é-o, pensasse no que pensasse quando disse o que não devia), do que deixar morrer um processo em que dificilmente Sócrates estará limpo. Porque, como teria dito Ricardo Costa no Expresso, «Não tenho qualquer dúvida de que o ex-primeiro-ministro vai ser acusado de fraude fiscal e de branqueamento (ele quer dizer, na sua boia intenção, ‘lavagem’) de capitais e que, com alta probabilidade, será condenado por isso. O problema da investigação não está aí, está na acusação por corrupção, muito mais difícil de fazer e de construir».