MP dá razão a Sócrates, e não devia

Fotografia de orossio.pt
Terei sido dos primeiros jornalistas a ofender-me com o deslumbramento de José Sócrates perante as mordomias do Poder em Portugal, e com o seu novo-riquismo acentuado depois de deixar o Governo. Não sei se há motivos para o levar à Justiça, mas gostaria muito que houvesse.
Depois disso, a forma arrogante e sempre autoritária com que a equipa do Ministério Público o tem tratado fez-me pensar que esta sua investigação, se assim se lhe pode chamar, não iria levar a nada contra o ex-primeiro-ministro. Vejo agora, a propósito de mais um prazo de 6 meses dado à equipa da dita investigação (se assim se lhe pode chamar), que está a debruçar-se sobre o assunto há 3 anos e quase 2 meses – sem conseguir levá-lo a tribunal. Tem um prazo de mais 6 meses, mas entretanto já o fez passar um largo período na cadeia – onde os portugueses certamente gostariam mais de ver os responsáveis pelo Ministério Público, que agem tão irresponsavelmente.
Li hoje um comentador sugerir que os disparates ditos por Carlos Alexandre na sua entrevista à SIC, de tão grossos e

Juiz palrador, fotografia de bancadadirecta.blogspot.com.
evidentes (por alguma razão os primeiros a denunciá-los foram comentadores da área oposta a Sócrates), talvez não sejam apenas disparates, mas uma forma de provocar o seu afastamento de um caso que não consegue resolver.
Entretanto, os advogados de José Sócrates dizem hoje em comunicado que o Ministério Público não encerra o inquérito da Operação Marquês (o de Sócrates) porque não tem factos e garante que irá queixar-se dos “abusos” neste processo nas jurisdições competentes. Talvez seja o que Carlos Alexandre quer.
Ora com a incompetência e arrogância de Carlos Alexandre (serão sausa ﷽﷽﷽﷽﷽ ao seu arguido?), we ó aparentes?) o que devemos temer mais será que o afastamento de Carlos Alexandre (o castigo não deveria antes ser enfiá-lo na cadeia, como ele fez sem hesitar ao seu arguido?), e a consequente morte do processo, com Sócrates a ver-se completamente ilibado pela Justiça.