As mulheres só se safam se forem puxadas

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António Guterres foi ontem mais uma vez o melhor posicionado na 4ª votação para o cargo de secretário-geral da ONU, com 12 votos favoráveis, 2 negativos e uma abstenção (no Conselho de Segurança, com 15 membros). E até melhorou da votação anterior, em que perdera 1 apoiante agora regressado. Tudo o indica bem lançado para a eleição.
Note-se que estas eleições, as primeiras transparentes e acompanhadas pelo público para aquele cargo, deviam designar uma mulher do Leste. O próprio secretário-geral actual, o sul-coreano Ban-Ki moon, talvez ultrapassando as suas funões, se pronunciou por uma sucessora feminina. No entanto, das 5 candidatas na corrida, uma teve mais uma vez 12 votos negativos (como na votação anterior) e a outra baixou apenas 1, para 11 (Christiana Figueres, da Costa Rica, e Natália Gherman, da Moldávia). Susana Malcorra (argentina), por muitos considerada a favorita, ficou em 7º lugar, e Helen Clark (neozelandesa) em 8º. A mulher mais bem
colocada, mas só na 5ª posição, tem sido a chefe da Unesco, a ex-comunista búlgara Irina Bokova, que na última votação teve 5 votos contra, 7 de apoio e 3 sem opinião (abstenção).
Em segundo lugar, ficou novamente o eslovaco Miroslav Lajcak, com 10 a favor, 4 contra e 1 abstenção, melhorando a votação anterior, em que tivera 5 votos negativos. Em terceiro lugar, ficou o sérvio Vuc Jeremic, com 9 a favor, 4 contra e 2 abstenções. Seguiu-se Srgjan Kerim, da Macedónia, com 8 votos positivos, mas 7 negativos.
Os últimos lugares ficaram para o esloveno Danilo Turk, Helen Clark, Christiana Figueres, e Natalia Gherman.
A quinta votação está marcada para 26 de Setembro, sendo concluída, então, esta fase de apreciação das candidaturas.

A ex-favorita búlgara
Em Outubro, ainda em data não definida, decorre o primeiro escrutínio com votos coloridos dos cinco países membros permanentes do Conselho de Segurança: China, França, Estados Unidos, Grã-Bretanha e Rússia – verde, sim; encarnado, não; amarelo, sem opinião ou abstenção.
Assim que um candidato reunir nove votos entre os 15 países membros e aprovação de todos os membros permanentes, o conselho recomendará o seu nome para aprovação pela Assembleia-Geral da ONU, que reúne representantes de 193 países.
Ban Ki-moon termina o seu segundo mandato no final do ano, durante o outono. Há 10 anos, quando havia pouca oposição à ideia de que o cidadão de um país asiático devia ser escolhido, Ban Ki-moon só foi indicado depois de quatro votações.