
Lourinhã, fotografia de publituris.pt
Já se sabe que as águas frias e batidas de Peniche trazem o melhor fresco peixe aos nossos pratos. Diz-se que até naquelas águas agitadas se conseguem fantásticos peixes de cultura. E, se grande parte da zona do Oeste, até às Caldas da Rainha (lembram-se das enormes fotografias da Praça da Fruta das Caldas no Luca?) é famosa pelas frutas e verduras, a Lourinhã fica bem dentro dessa mina gastronómica. Consta por exemplo que Chakal, o chefe argentino radicado em Portugal que se chama realmente Eduardo Lopes, teve uma quinta na Lourinhã para aí cultivar as verduras usadas no seu restaurante de Lisboa (e isto ter-se-á passado no tempo, por exemplo, em que chefiava a Quinta dos Frades, ao Lumiar). São famosos na zona o vinho (medíocre, apesar de célebres aguardentes), a batata e a pêra rocha. As casas dos Vinhos do Porto beneficiaram das Aguardentes da Lourinhã.
Mas toda esta zona é local de óptimas e famosas praias, como a Areia Branca, na Lourinhã, ou o Baleal, em Peniche.
Comecemos pelos 12 quilómetros de costa, onde se combinam belas praias, penhascos recortados e tranquilas baías, numa rota que o

Resort do Vimeiro, fotografia de starstay.com
sol percorre, quente e luminoso, durante todo o ano. São de uma riqueza paisagística única. E a Câmara Municipal até sonha, como todas as Câmaras do litoral do País, com a prática local de diversos desportos náuticos, pesca desportiva, caça submarina, fotografia subaquática, surf e jet ski.
Vejamos as praias de Norte para S
ul do concelho: Vale Pombas, Paimogo, Caniçal, Vale Frades, Malhada, Areia Branca, Areal – e, já fora da terra, na Atalaia, a do Mexilhoal, Peralta e Porto das Barcas, ou em Ribamar as do Zimbral, Porto Dinheiro e Valmitão.
Fixemo-nos na Areia Branca, mais conhecida e frequentada pelos forasteiros. Fica na foz do rio Grande. Tem os bares empoleirados sobre a muralha marginal, mesmo em cima da areia. Não há, no entanto, muitas esplanadas. Junto ao parque de campismo passa um rio que vai desaguar muito perto de locais frequentados no Verão, onde antigamente os banhistas se refrescavam. E, claro, para os veraneantes relativamente endinheirados, há o Clube da Vigia, sobre a praia, onde sobretudo se bebemn uns copos ese jogam umas cartas.

Fotografia de lourinhaatalaia.pt
Correm por aqui vários rios: o Rio Grande, o Rio Galvão, o Atouguia, e mesmo ribeiras como a de São Domingos. Ao Norte, a paisagem na costa é mais rochosa.
As temperaturas médias anuais são aqui de 16°C. Mas podem variar no verão dos 24° aos 30°C, sempre com noites frescas. No inverno, as temperaturas negativas são muita raras, mas podem ir até -4°. Pluviosidade sim, e cheias no Outono.
Sabe-se já que a Lourinhã, entalada entre Peniche e Torras vedras, está ligada à existência de uma povoação romana. No século XII, D. Afonso Henriques concedeu ao francês D. Jordão as terras da Lourinhã, pelos serviços prestados na conquista de Lisboa aos mouros.
Abundam por aqui vestígios desde o Paleolítico ao Neolítico ou ao Calcolítico. De lá são muitas das pegadas que se dizem comprovadas de dinaossauros. Há até aqui uma Rota dos Dinossauros, num percurso de 10 km, que vai do centro da Lourinhã (Museu) até ao Forte de Paimogo.

Areia Branca, fotografia de visitportugal.com
Mas a origem da vila medieval ficou ligada a D. Jordão. Foi quem mandou construir a Igreja do Castelo, na segunda metade do século XIV, junto das muralhas do antigo (e hoje desaparecido) castelo.
No dia 21 de Agosto de 1808, teve lugar na freguesia do Vimeiro uma das batalhas da Guerra Peninsular, entre as tropas luso-inglesas e as forças napoleónicas.
Na gastronomia, o Concelho da Lourinhã tem muitas variedade de bolos, sobremesas e vinhos. Os Amendoados, são pequenos bolos secos, de massa friável e compacta, amarelos e dourados. As Areias Brancas, são de cor amarela e polvilhadas de açúcar, preparadas a partir de gemas de ovos, de amêndoas e de açúcar, e um pouco de canela. O marisco é também uma especialidade da Lourinhã, sendo especialmente famoso o do Porto das Barcas.

Supertubos a ondear, fotografia de webmarketingportugal.pt
Era daqui, naturalmente, o pintor Mestre da Lourinhã (século XVI), a ex-ministra da Saúde Ana Jorge, e o jogador de ténis Gastão Elias.
O Vimeiro, freguesia com cerca de 375 anos, embora com referências mais antigas, pertence ainda à Lourinhã. Claro que ficou sobretudo famosa pela batalha com os franceses, em 1808. Mas a graça está na pequena praia, no pequeno campo de golfe, no pequeno centro equestre e no enorme e não muito bonito hotel – tudo isso a sofrer certamente agora os dramas do GES.
Depois temos Peniche, com o seu Arquipélago das Berlengas. Podem-se ver as 3 ilhas aqui das Costa: Berlenga Grande, Estelas e Farilhões. São ilhas graníticas, em pleno Atlântico, a 5,7 milhas a Oeste do Cabo Carvoeiro (em Peniche). Foi esta a primeira área protegida do país quando, em 1465, o Rei Afonso V proibiu a prática de caça na Berlenga Grande. Esta Reserva Natura é considerada Reserva Mundial da Biosfera da UNESCO desde 30 de Junho de 2011. O Forte de São João Baptista das Berlengas já funcionou como pousada, junto à Praia do Carreiro do Mosteiro, que tem também um parque de campismo.
De Dezembro a Março, a Ilha da Berlenga (única habitada, mas desde a Antiguidade) tem apenas os faroleiros e os vigilantes do ICNB.

Baleal, fotografia do Youtube
Em 1513, com o apoio da Rainha D. Leonor, monges da Ordem de São Jerónimo aí se estabeleceram com o propósito de oferecer auxílio à navegação e às vítimas dos frequentes naufrágios naquela costa atlântica, assolada por corsários. Mas a vida tornou-se-lhes impossível pelo isolamento. Entre as aves locais, cá temos, a par da maioritária airo, a nossa bem conhecida cagarra (das desertas madeirenses).
O Farol do Duque de Bragança foi construído em 1841. De resto, o arquipélago possui diversas enseadas, excelentes para nadar, e pequenas grutas. A praia principal é a do Carreiro do Mosteiro.
Houve quem defendesse a independência do arquipélago, mas foi no filme O Rei das Berlengas, de Artur Semedo, 19787, com Mário Viegas.
E agora Peniche (entre Óbidos e a Lourinhã), mais a sua Baleal.

Berlengas, fotografia do Youtube
A povoação foi elevada a vila em 1609 e a cidade em 1988. É a cidade mais ocidental da Europa Continental (o tal cabo Carvoeiro), e está implantada numa península (primitivamente uma ilha), com cerca de dez quilómetros de perímetro, criada por um tômbolo. O tômbolo da península de Peniche formou-se lentamente durante o século XVII. Essa língua de areia, na costa oriental da ilha, era invadida pelo mar durante na maré cheia, e ficava a descoberto durante a maré vazia. Tornava-se por isso ilha na preia-mar e península na baixa-mar. Por efeito do crescente assoreamento do tômbolo pelas areias, Peniche será definitivamente península desde o século XVIII. É um exemplo da transição do período Triássico, aquando da extinção do Jurássico Inferior.
Peniche tem praias extensas a Norte e a Sul da península. A praia Norte prolonga-se, ultrapassando o Baleal, a uns três quilómetros, numa extensão de cerca de nove quilómetros até à Foz do Arelho.
O concelho de Peniche possui uma longa e rica História. Foi sucessivamente ocupado por populações que fizeram da pesca e da

Bar da praia no Baleal, fotografia de allabaoutportugal.pt
agricultura as suas principais atividades económicas.
Peniche e o seu concelho foram palco de importantes acontecimentos históricos de índole nacional e internacional. Perante frequentes assaltos de piratas e ocupações de potências estrangeiras, foi terra defendida por uma construção fortificada, a Praça-forte de Peniche, mandada edificar pelo rei D. João III em 1557 e concluída em 1645 por D. João IV. Abrigou refugiados da Guerra dos Boers, nos primeiros anos do século XX, e prisioneiros alemães e austríacos durante a Primeira Grande Guerra. Tornar-se-ia célebre como prisão política durante o regime de Salazar, entre 1934-74. Recolheu ainda famílias de retornados das ex-colónias portuguesas de África.
A cidade de Peniche é conhecida internacionalmente pelas condições excepcionais que possui para a prática de desportos náuticos tais como Surf, Bodyboard ou o mergulho.
A praia dos Supertubos (Médão Grande), sendo os Supertubos ondas enormes, faz boa concorrência à Nazaré, e tem sido palco de

Porto das Barcas, fotografia da Wikipedia
inúmeros eventos internacionais relacionados com estas modalidades (recebe uma das etapas do ASP Tour, e o Pro Peniche). É um ex-libris para surfistas de todo o mundo. Outras praias do concelho são, também elas, excelentes para os amantes destas modalidades.
O concelho de Peniche está dividido em quatro freguesias: Atouguia da Baleia, Ferrel, Peniche e Serra d’El-Rei.
Nas praias, contam-se, para lá da Supertubos, a Consolação e Peniche de Baixo (estas a Sul), mais a Gamboa, Peniche de Cima e Baleal (a Norte),
Segundo o Lonely Planet, o maior guia de viagens do mundo, a praia de Peniche, na região Oeste de Portugal, foi escolhida para a segunda melhor praia da Europa de 2015[72].
Na gastronomia, já se sabe que sobressaem os produtos da pesca e do mar (Ah, a Tasca do Joel, mais todo o seu peixe e mariscos, om destaque para as sardinhas gordas do Verão). Mas há também, em doçaria, os pastéis de Peniche ou amigos de Peniche

Mercado de peixe, fotografia de peniche-lv.all.biz
(parecidos com os pastéis de feijão de outras localidades como Torres Vedras, mas mais à base de farinha, açúcar, ovos e amêndoas), e os Ésses (que aparecem tanto, felizmente, por todo o lado).
Peniche, com o apoio dos autarcas, pretende explorar como sua principal característica ‘o capital da onda’. Veremos se a nazaré deixa.
E agora o Baleal, uma pequena península (outrora ilha), separada do continente por um tômbolo, formando uma praia de areia branca. Na continuidade da enseada existem igualmente a ilhota das Pombas e o ilhéu de Fora.
O Baleal herdou esta denominação da função que estes rochedos desempenharam no passado de local de baleação. Quem se encontra na praia pode simultaneamente estar de costas e de frente e para o mar. Cortada pela única estrada de acesso à localidade, tem agradáveis bares e restaurantes com esplanada, e a graça de se entrar na povoaçãoo por uma ponte.