Casa onde não há pão…

Assunção Cristas em Peniche, fotografia da SIC Notícias
…Todos ralham e ninguém tem razão. E é assim que se está a comprovar na nossa política. PSD e CDS eram muito amigos, mas enquanto viam o Poder ao alcance apenas das suas mãos conjuntas.
Neste momento, já se percebeu não ser possível passar a chefia do Governo, sem eleições antecipadas. E as sondagens estão a indicar um PS vitorioso. PSD e CDS vão concorrer com uma mesma fatia do eleitorado.
Claro que se pode dizer haver uma viveza e uma frescura em Assunção Cristas, que não se nota em Pedro Passos Coelho. De qualquer maneira, não se afastando nenhum de livres vontade (parecendo até que se Passos aceitasse sair antes teria sido mais fácil formar um Executivo da Direita a seguir às últimas legislativas), é com ambos que os respectivos partidos têm de contar.

Passos Coelho em castelo de Vide, fotografia do Sol
Costa faz figura de Grand Segneur no meio disto tudo, e lá vai partir para um périplo internacional, que começa com 4 dias no Brasil.
Mas ontem, a fechar a Universidade de Verão do PSD em Castelo de Vide, Passos esqueceu os compromissos com o CDS, e desatou a falar por cima de Cristas. Esta, por sua vez, discursava com o à-vontade de quem tinha rudo bem combinado, em Peniche, no final do Encontro de Quadros do CDS.
Assunção Cristas defendia a classe média deste Governo, como se ela não tivesse sido ministra do anterior. E Passos, igual a si

Fotografia de jornalacores9.net
próprio, não defendia nada, não mostrava possuir qualquer ideia para o país, apenas previa aqueles catastrofismos que não se confirmam, e até ajudam o Executivo a brilhar mais. Sempre agarrado, naturalmente, à sua austeridade, e invectivando o Executivo ou por sair dela (a única via que admite), ou por se manter nela (faltando aos compromissos da esquerda de melhorar muito mais a situação, para além do emprego, do SMN, dos feriados, e de tudo o mais em que contraria o antecessor).
E aí temos PRD e CDS à solta, por muito unidos que se mostrem, nomeadamente no Parlamento, e por muitas pazes que façam.