Vinagrete 16.08.21

Imunidade diplomática não é para energúmenos

Fotografia de diplomacia244.blogspot.com

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Fotografia de direito.folha.uol.com.br

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Vejo pelos jornais que o pais está ofendido com a imunidade diplomática concedida a 2 filhos de um embaixador do Iraque em Lisboa, que se revelaram uns energúmenos, ao mandarem para um hospital, às portas da morte, um rapazinho mais fraco que eles, numa rixa em Ponte de Sor. E o problema é que se sabe por aí de outros energúmenos, filhos de embaixadores da mesma zona (falaram-me de um caso na Suíça, que não chegou tão longe, mas foi ainda assim grave), a fazerem coisas semelhantes.

Ora a Convenção de Viena que em 1961 aprovou a imunidade diplomática tinha em vista defender os diplomatas na sua actividade realmente diplomática, e não em casos de Polícia próprios dos energúmenos que com o seu feitio de energúmenos enchem as fileiras dos radicalismos se lhes dá para

Fotografia de palcomp3.com

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isso. No actual estado de coisas, sendo o Iraque menos civilizado que outras partes do mundo, é natural que tais energúmenos daí provenientes tendam a encher mais o radicalismo integrista muçulmano do que outros radicalismos.

Ora eu já gozei dessa imunidade diplomática, quando exerci um cargo diplomático (conselheiro de Imprensa na Embaixada de Portugal em Madrid) durante cerca de 14 anos (entre Janeiro de 1989 e Setembro de 2002). Gozei-o eu, a minha mulher e os

O oposto da diplomacia, fotografia do JN

O oposto da diplomacia, fotografia do JN

meus 8 filhos. E talvez a tenha também gozado fora das razões que justificam a imunidade, sobretudo nas multas de trânsito. Mas não passou disso.

No entanto, já nessa altura Espanha pretendia retirar a imunidade dos diplomatas em tudo o que não se referisse à sua função específica, incluindo as multas de trânsito. E os EUA, usando a sua força de grande país, já o fizeram.

Lembram-se de um diplomata português apanhado num país do Norte de Europa a conduzir com excesso de álcool, a quem a Polícia não reconheceu a imunidade? Dizia-se na altura que esse país se limitara a procurar um pretexto para atacar um diplomata incómodo. E esse é o perigo que existe, mas sobretudo em países pouco democráticos. O drama seria pois o Iraque atropelar a imunidade diplomática de um ocidental.

Mas energúmenos que andam a mandar gente mais fraca para os hospitais, em rixas de taberna? Ainda por cima filhos de embaixadores que os deviam ter mais bem educados? Senhores, isso não justifica imunidade nenhuma, e só espero que nos defendam dessa espécie de gente.

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