
Lagoa de Albufeira, fotografia de habeaccam.com
Já foram em quase toda a sua extensão terras da família Palmela. Ler um livro como por exemplo, Os Devoristas, de Vasco Pulido Valente, dá a graça de ver como os principais apoiantes do liberalismo, casos dos duques de Palmela e de Saldanha (2 títulos liberais de apoiantes fundamentais do novo regime vindos da velha aristocracia), quando eram chefes de Governo, reuniam conselhos de ministros para se atribuírem a si próprios fatias imensas da riqueza nacional, talvez equivalentes ás dadas por D. João I a Nuno Álvares Pereira (criando assim a casa de Bragança, a maior do país), tendo como resultado ser a casa de Palmela a maior do Portugal do seu tempo. Ora se os Palmelas já eram os principais proprietários da zona de Azeitão e Sesimbra, a começar pela Casa da nobre família dos principais Sousas portugueses (ligados a uma princesa alemã Holstein Beck, cujo nome ficou integrado na família desde o casamento de um diplomata Sousa com uma princesa desta famz Calharia a serra do Algarve. Pília), o Palácio do Calhariz, que tem como vista principal a serra da Arrábida, e está situado

Palácio do Calhariz, Palmelas, fotografia de gabitos.com
em Azeitão, representa aí o seu largo núcleo inicial. Hoje palácio ducal, a Casa do Calhariz, foi construída para D. Helena de Portugal, casada com D. Francisco de Sousa (1631-1711).
Mas eles depois, mais enriquecidos pelo liberalismo, e sem as peias actuais da ética política, adquiriram quase tudo em redor. A Lagoa de Albufeira, por exemplo, logo abaixo da Fonte da Telha – que nas suas mãos talvez não tivesse ficado tão destrambelhada urbanisticamente como após as vendas de grande parte do património Palmela.
Sendo Sesimbra uma vila do distrito de Setúbal, tem como paisagem natural a foz do rio Sado, a serra da Arrábida, o cabo Espichel, a Lagoa de Albufeira e a praia do Meco.

Quinta do Peru, GES, fotografia de imoveis.mitula.pt
Os Espírito Santos, que se tornaram donos da Comporta, também por aqui lançaram âncoras, na Quinta do Perú, entalada entre a
Quinta do Conde e Azeitão.
Entre o final do século XIX e o inicio do século XX, floresceu, em Sesimbra, uma importante indústria conserveira. Mas é das praias que tratamos aqui, e podemos desde já desfiar estas: Praia das Bicas (Meco), Praia do Moinho de Baixo (Meco), Praia da Foz (Meco), Lagoa de Albufeira (Praia da), Praia da Califórnia (Sesimbra), Praia do Ouro (Sesimbra).
Há outra forma de as nomear: Alfarim, Meco, Azoia (Sesimbra), Cabo Espichel, Farol do Cabo Espichel e Lagoa de Albufeira.
Águas limpas e frias, calmas, muito boas para andar de barco. Areias brancas. Ainda penso que por Alfarim e o Meco

Os devopristas, segundo VPV e, no caso, Bordallo Pinheiro, fotografia de revoltadaspalavras.blospºot.com
andará gente a vender fruta pelas praias de burro.
Nos restaurantes, é comer peixe do melhor. Por aqui, o imperador é rei, embora apareça também muito bom robalo, polvo, cherne e espada preto. E ainda me lembro dos programas de Manuel Amaral sobre a caça (neste caso, chama-se ‘caça’) ao espadarte, nas águas de Sesimbra.
Já lá vai o tempo do Ângelos, em Santana, ao chegar a Sesimbra (que depois se mudou para Lisboa, para a Porta Branca, e ainda fez outro restaurante junto à Mâe de Água, às Amoreiras, depois de passar o anterior ao Olivier Costa). O Ângelos foi comprado pelo Hélder Chagas, que já tinha e tem o Ribamar de Sesimbra – um dos melhores restaurantes de peixe de Portugal.