Vinagrete 16.08.20

O que esperamos de uma imagem icónica na Síria

Montagem da BBC

Montagem da BBC

Fotografia da BBC

Fotografia da BBC

Quer queiramos quer não, todos sabemos as desgraças que afectam o mundo, mas depois é com imagens icónicas que actuamos. Lembram-se do efeito devastador da fotografia da criancinha que fugia do Napalm no Vietnam, contra a posição americana na Guerra que aí então travava contra a ditadura comunista? Ou do filme do cemitério de Santa Cruz, que nunca mais deixou na mesma o domínio de Jacarta, e o apoio internacional de que disfrutava, em relação a Timor? E da criancinha morta que surgiu nas TVs, no Mar Mediterrâneo, relativamente ao sentimento europeu sobre os refugiados dos conflitos do Norte de África.

Chegou finalmente a vez da Síria. Todos sabíamos que o

Ainda há crianças que riem em Alepo, fotografia da sicnoticias.sapo.pt

Ainda há crianças que riem em Alepo, fotografia da sicnoticias.sapo.pt

Assad é um assassino, cuja imagem só poderia piorar com o apoio que lhe tem dado outro assassino como Putin. Mas o que realmente conta é a imagem de Alepo, que correu mundo na quinta-feira passada, destacada por toda a imprensa internacional – e os vídeos são cada vez mais fáceis de ver, mesmo para quem não tem TV. O vídeo de uma criança síria retirada de uma casa destruída por um bombardeamento aéreo em Alepo e colocada numa ambulância. Pode dizer-se que é “apenas” mais uma imagem icónica de uma guerra selvagem, devastadora como todas, cujo curso já se tornou demasiado banal. Mas são fotos e vídeos como este que ajudam a mudar o estado das coisas, e felizmente para melhor. Uma imagem icónica vale muito mais que milhões de palavras. Apesar de a Amnistia Internacional divulgar informações aterradoras sobre o que se passa nas prisões do regime sírio, onde desde o início da guerra morrem ou têm sido mortas dez pessoas por dia, em média.

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