Santos mais ridículo no Congresso do MPLA

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Até acredito que ele não se importe de ser ridículo, desde que domine de certeza o país e o Congresso, e continue a ser rico à custa da pobreza do seu povo. Para nós, europeus, seria impensável promover na Comité Central do Congresso 2 filhos, como José Eduardo dos Santos fez com 2 dos seus, neste Congresso do MPLA, a decorrer em Luanda: José Filomeno, ‘Zénu’, com as mãos já dentro do invejável bolo que é o Fundo Soberano de Angola; e Welwistchea, ‘Tcnizé’, que também não estará certamente mal. Recorde-se que outra filha sua, Isabel dos Santos, com muitos negócios em Portugal (o resto da Europa deve ser mais perigoso para estes africanos com escrúpulos pouco ocidentais), e tida já

Flho Zénu promovido, fotografia de club-k.net
como a mulher mais rica de toda a África (deve ter sido um início de cão, como imaginamos), o pai ofereceu-lhe a presidência da Sonangol, que deve ser só a principal empresa de Angola, encarregada entre outras coisas de gerir os activos petrolíferos do País.
Desta vez, José Eduardo dos Santos excedeu-se, por ingenuidade, ou por não conseguir discorrer tanto assim: e criticou os ‘supostos empresários’ que constituem ilicitamente as suas empresas, recebendo comissões a troco de serviços que prestam ilegalmente a estrangeiros desonestos…
Ficou admitido que a categoria abunda por ali. Mas, como frisou o ex-primeiro-ministro de Angola (1992-96), Marcolino Moco, os empresários que vivem em Angola, ou seja, os que fazem aquelas desonestidades assim reconhecidas, são os filhos do Presidente José Eduardo dos Santos e os seus generais que o rodeiam também.
Já se sabe que a votação do Congresso, embora não se prevejam surpresas, só deverá ter lugar sábado próximo. E tudo indica que Paulo Portas, o mais luzidio dos

Filha Tchizé promovida, fotografia de club-k.net
convidados que aceitou ir (os outros partidos nacionais mandaram figuras mais discretas), como frisa um dirigente do seu partido, não vai ser ali eleito (embora não se possa negar-lhe talvez algum negociozito). De qualquer modo, um deputado do CDS, Hélder do Amaral, mostra-se radiante por Portas estar lá, e o CDS ser convidado para um evento deste calibre. Já não temos ninguém que se indigne com as aldrabices de certos regimes africanos. Saudades do Dr. Mário Soares, o único que sempre se mostrou nisto intransigente, e não escondia desprezar um certo tipo de acção (não por razões racistas, suponho eu, mas por valores universais, que ele queria ver implantados também em África, como se tem visto por exemplo em Cabo Verde).