Experimenter mostra que tudo é ao revés do que se pensa

Fotografia de adorocinema.com

Dor (supostamente) inflingida, fotografia decinemaadois.com.br
Está agora em cartaz um filme, Experimenter (de Michael Almereyda, 2015, com Peter Sarsgaard), baseado numa história verídica, que mais uma vez mostra como as coisas não se passam como nos parece lógico. Trata-se praticamente de um documentário de experiências sobre a obediência, feitas na década de 60 pelo psicólogo-investigador Stanley Milgram 1933-84), que foi professor em Universidades tão importantes nos EUA como Harvard (Boston) e Princeton (Nova Jérsey), era judeu e descendente de pessoas vítimas do nazismo. Parece que as suas experiências são ainda estudadas nos cursos de psicologia. Mas o que ele comprovou, e contraria toda a lógica dos que se opunham às experiências por entenderem que minguém de bom senso aceitaria fazer o mal por obediência, parece explicar em grande parte os crimes nazis e as teses sobre a banalidade do mal de Anna Harendt. Embora as cobaias contratadas

Explicação da dor. fotografia de sensacine.com
em anúncios não mostrassem o menor prazer no que faziam, na sua maior parte, faziam-no mesmo, por pura obediência. E o que faziam era ‘castigar’ com choques eléctricos pessoas que erravam respostas, mesmo quando pediam para parar, e falavam em doenças cardíacas. Mesmo os que procuravam parar, perante a insistência da ordem em que continuassem, lá continuavam, mais ou menos contrariados. As vítimas não sofriam, mas eles não faziam ideia, e julgavam que sim, que sofriam os tais choques elétricos. A percentagem do que se recusaram a continuar as experiências foi mínima. Quem julgaria que todos nois poderíamos participar nos crmes nazis, ou salazaristas, ou franquistas, por pura obediência? Mas ficou comprovado que sim, que pessoas normalíssimas o fazem, contra a suposição dos mais ilustres psicólogos e psiquiatras.