A Direita é de Marcelo

Fotografia de jornalacores9.net

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Marcelo Rebelo de Sousa vetou o diploma do Parlamento que altera os estatutos da Sociedade de Transportes Públicos do Porto (STCP) e da Metro do Porto por «vedar, taxativamente, qualquer participação de entidades privadas». O PCP diz que o veto traduz uma visão diferente do Estado. O CDS percebeu as razões do Presidente.
Na minha escassa opinião, o Presidente tem toda a razão, porque a Lei deve permitir que as empresas de transportes das cidades sejam públicas ou privadas, consoante os governos nacionais e os autárquicos. De modo que não se deve impor um socialismo de cima para baixo, inviabilizando o voto democrático e a escolha dos portugueses.
Marcelo teve portanto razão, e defendeu mais a Direita do que Passos Coelho em vários anos de chefia de Executivo, e

Metro do Porto
muitos meses à frente da Oposição. A Direita precisa de defender mais a iniciativa privada, e a esquerda a acção do Estado, porque isso está no ADN de cada uma. Houve também um tempo em que as políticas sociais eram de esquerda (e Passos muito fez por o recuperar), porque a Direita preferia fazer os empresários beneficiarem do que os trabalhadores tinham de labutar para garantirem direitos mínimos. Mas desde que os democratas-cristãos entraram na direita (em Itália, de início, e frente aos fascistas e monárquicos ainda em acção, eram considerados de esquerda, o que facilitou o seu ‘compromisso histórico’ com os comunistas).
Como previa, na situação em que vivemos em Portugal, o reaparecimento de uma Direita mais civilizada e popular dependerá mais de Marcelo do que de ninguém. Passos, que gostava de ser primeiro-ministro, está longe de compreender as suas obrigações como líder da oposição. Recorde-se a sua ausência ontem quando os partidos foram chamados a Belém: provavelmente, estava muito ocupado a ir à praia, ou a beber vinho da Madeira.