Vinagrete 16.07.23

Afinal o politicamente correcto perde no voto secreto

ONU

Fotografia da Wikipedia

Fotografia da Wikipedia

Temos como ponto assente que os ares do tempo e o politicamente correcto se impõem de tal maneira, que eu julgo nem sequer valer a pena lutar contra eles (apesar das nossas convicções). Uma das cisas que nos dizem os ares dos tempos e o politicamente correcto é que tendo sido as mulheres preteridas durante muito tempo (nunca, suponho eu, como nas civilizações em que as matam por dá cá aquela palha – tanto mais que tivemos no Ocidente, e não só, notáveis governantas mulheres), qualquer eleição ocidental as porá hoje à frente só porque sim.

Afinal não parece ser assim. Segundo o que se conhece já da primeira votação para a Secretaria Geral da ONU (as chamadas ‘votações de palha’, por não serem ainda determinantes), António Guterres teve 12 votos a favor e 3 abstenções, sem nenhum voto contra; em segundo lugar ficou outro homem, o repetente esloveno Danilo Turk, ex-Presidente do seu País e diplomata que ocupou vários cargos na ONU, que teve 11 votos a favor (‘de encorajamento’), 2 contra (‘de desencorajamento’) e 2 abstenções (‘não opinião’); a primeira mulher, a búlgara Irina Bukova, em

Lídervda UNESCO, Irina Bokova, fotografia da Wikipedia

Lídervda UNESCO, Irina Bokova, fotografia da Wikipedia

3º lugar, líder da UNESCO, ficou-se pelos 9 a favor, 4 contra e 2 abstenções; o 4º, ex-MNE da Sérvia, Vuc Jeremic, outra vez homem, teve 9 votos a favor, 5 contra e uma abstenção; outra mulher, Helen Clark, ex-primeira-ministra da Nova Zelândia e actual chefe do PNUD, teve 8 votos a favor, 5 contra e 2 abstenções.

Nesta primeira ronda, ainda só votaram os 15 membros do Conselho de segurança (pretendendo-se que os 5 grandes e fixos tenham de estar de acordo com a escolha, embora possam mudar de voto). Sabe-se já que Angola andou a votar favoravelmente por outros lados – o que não deixa de ser significativo relativamente às relações bilaterais.

Entretanto, no voto secreto, pára o politicamente correcto e o ar do tempo. Mais uma razão para estarmos a favor do voto secreto

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