Os ordenados dos políticos e as sanções europeia

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Não sei porquê, talvez pelo cargo de presidente da Comissão Europeia antes desempenhado por Durão Barroso, vejo as 2 coisas muito interligadas: o novo emprego de Barroso na Goldman Sachs e as sanções a Portugal e Espanha pelas suas más políticas económicas em anos anteriores (sobretudo, em 2015).
Sobre Barroso, já li as maiores enormidades: como se ele, só agora, tivesse beliscado algum romantismo que a profissão política ainda pudesse ter. Para os que não se lembram, eu recordo: Barroso fui um péssimo primeiro-ministro, com resultados catastróficos, e conseguiu pirar-se daqui do Governo e ir para a frente da Comissão Europeia depois de uma derrota estrondosa nas eleições europeias (claro que só esperavam dele ali subjugação, e nada mais do que isso, nem ele pareceu nunca preparado para mais). Ainda é

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possível ligar a palavra romantismo à sua actividade política? Claro que não. E quanto mais o afirmam, melhor se sentem os seus novos patrões. Querem-no por o imaginarem um videirinho do pior, e por esperarem dele aquilo que qualquer pessoa muito ética não esperaria de ninguém (correspondendo assim totalmente à acção da empresa). Mas enfim, tendo ele vindo do nada e conseguido enriquecer na política, prova-se que os ordenados políticos em Portugal, com esta mania portuguesa dos custos elevados da democracia (mania que não existe nos países verdadeiramente democráticos, em que os políticos ganham por exemplo menos do que os funcionários públicos de um certo nível, e em que se considera importante não chamar para a política gente que queira ordenados altos) são demasiado altos ainda, e

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demasiado tentadores para os videirinhos que se servem da política. Para já não falar na vida pós-política dos políticos pouco éticos (porque isso, como se sabe, é um problema internacional).
E agora sobre as sanções europeias, só tenho a reafirmar o já dito: que as entidades europeias estão a sancionar-se a si próprias, ao sancionarem países cujos governos lhes seguiram as indicações, e lhes mereceram os maiores encómios. Esta de Passos e Albuquerque pretenderem agora afirmar que se estivessem no Executivo, com a sua política de subjugação total relativamente a Bruxelas e à Alemanha, não teriam sanções, já se viu que é mentira (coisa em que nunca vi nenhum dos 2 ter problemas em fazer: mentir). Lá temos os espanhóis a comprová-lo. De resto, não seria correcto a UE ir sancionar um Governo que acabou de tomar posse, sem lhe conhecer antes o

Fotografia do Jornal de Negócios
resultado das políticas (para as quais nem sequer concede grande liberdade de acção, impedindo como pode o seu sucesso). Claro que se as sanções estão previstas, é para se aplicarem. Com inteligência, evidentemente, embora compreenda Marcelo Rebelo de Sousa a dizer que, como Professor de Direito, daria má nota a um aluno que previsse sanções equivalentes zero: por exemplo, zero anos de prisão para um crimisoso. Ou se é sancionado, ou não se é.
De resto, penso não ser de dar importância a um português que descobriu agora ser preciso e melhor sancionar: um dos aspectos dos ares do tempo é a ânsia de alguma diferença (há quem confunda isso com originalidade ou criatividade), e não há melhor forma de afirmar essa diferença.