Vinagrete 16.07.06

Administração da CGD dá sinal de si

Sede central da CGD em Lisboa, foto da Wikipedia

Sede central da CGD em Lisboa, foto da Wikipedia

A administração da Caixa Geral de Depósitos, liderada ainda por José de Matos, deu finalmente sinal de si, esclarecendo Governo

Presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), José de Matos, foto da RR

Presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), José de Matos, foto da RR

e colaboradores sobre a sua intenção de se demitir. Na realidade, já suportou o insuportável, perante o que toda a gente achava ser uma situação normal. Tem até indicado um novo presidente, vindo do BPI, António Domingues, que os jornais dizem multiplicar-se em exigências, cheio de calma, cheio de tempo, cheio de uma espécie de chantagens, aparentemente ao contrário do antecessor ainda em funções. E falava-se na necessidade de um reforço de capital absurdamente grande, em principio por causa de desmandos anteriores, que provavelmente teriam atingido a administração agora demissionária, e mantida pelo Executivo anterior (até renomeada em 2013) de Passos Coelho como excelente. Claro que Passos poderia ter a ideia de com ela desfazer mais depressa a CGD, para depois a poder privatizar como anunciou ser do seu gosto (e o homem era mais de gostos do que de pensamentos). Será isso que quer com a Comissão Parlamentar em que tanto se empenhou, e que começou ontem a funcionar, como se não tivesse sido ele o responsável por tudo nos últimos anos.

Pessoalmente, prefiro dar 5 mil milhões para um Banco público, do que para os privados que fomos forçados a sustentar

A. Domingues, que transita do BPI para a CGD, foto da SIC Not ícias

A. Domingues, que transita do BPI para a CGD, foto da SIC Not
ícias

com verbas similares. Mas mesmo sendo o Banco público, ficaria satisfeito de saber que seriam chamados a entrar com dinheiro os responsáveis pelo seu descalabro, sejam eles o Vara, o Berardo, o Sócrates, ou quem quer que for.

Mas ainda bem que a administração de José de Matos veio dar um ar da sua graça, e achar insustentável continuar a ouvir o seu nome desancado na Praça pública, com o apoio de todos os políticos e sem a defesa sequer dos que a sustentaram. O ministro das Finanças, Mário Centeno, veio esclarecer que os administradores se manterão em funções (necessariamente de pura gestão) até os seus substitutos entrarem em funções. E isso não me descansa nada: só me indigna.

Entretanto, note-se que o único a dar explicações claras sobre a matéria foi o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.

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