Portugal optimista no futebol

Fotografia de desporto.sapo.pt

Portugal é pessimista em quase tudo, mas não no futebol. Neste fase do Euro 2016, num grupo fácil, não conseguimos ganhar um único jogo. Empatámos os 3: com a fraquíssima Islândia (1-1), com a fracota Áustria (0-0) e com a piorada Hungria (3-3).

É verdade que não se pode acusar a Selecção Nacional de ter jogado mal em qualquer dos desafios – embora se pudesse esperar sempre melhor, e maior pontaria à balia adversária. Simplesmente, não conseguia fazer a diferença com os golos metidos, essencial para qualquer vitória em futebol.

O próprio Ronaldo, que gosta de multiplicar recordes e de se ouvir chamar o melhor do mundo, para além de não acertar antes com a baliza, até um penálti falhou contra a Áustria. E ninguém o convence a deixar ser outro a marcar os penáltis em que ele não acerta. De qualquer modo, com os golos de ontem, parece ter passado de besta a bestial, e melhorado o optimismo nacional (com razão?, pergunto eu, muito céptico).

Mas lá está, como somos optimistas no futebol, vamos por aqui fora cheios de confiança, e no Sábado lá estaremos a ver o jogo com a Croácia (que até ganhou à Espanha) com a vaga convicção de irmos vencer.

Claro que, quando vejo Ronaldo na Selecção Nacional, imagino o nosso seleccionador a tratá-lo cheio de cerimónias, com muitos paninhos quentes, e depois o resultado é o que se vê (e o que se viu nos 3 jogos, não apenas num). Já no Real de Madrid, o treinador não deve contemporizar com brincadeiras, e o resultado é ainda assim melhorzito. Enfim, no sábado lá estarei cheio de optimismo, a ver o jogo com a Croácia. E sinto que, neste optimismo, nem António Costa, nem Mário Centeno, nem Marcelo Rebelo de Sousa me vão ultrapassar. Mesmo que sabendo que só lá estamos por puro acaso e sem nenhum mérito comprovado nesta fase do Euro.