PSD rapou tacho da ADSE, como Sócrates rapou o dos jornalistas

O Tribunal de Contas acusa o Estado, concretamente o Governo anterior, de se ter apropriado de 35,8 milhões da ADSE para disfarçar contas. Além disso, alerta para a descapitalização e redução de benefícios que podem resultar, dizem, “no eventual desmantelamento faseado” do serviço de apoio à doença para funcionários da administração pública. Este é o primeiro passo para acabar de vez com a ADSE.

Pessoalmente, nem tenho pena. A caixa Particular dos Jornalistas tinha um esquema semelhante ao da ADSE, complementado bem pela Casa da Imprensa, diz-se que era muito rentável, mas ainda assim o Governo de Sócrates acabou com ela. Primeiro, com o argumento de que era muito rentável, os rendimentos passaram a ir para o bolo geral da Segurança Social e SNS. Depois, como os rendimentos eram extorquidos na totalidade, tornava-se necessário o Estado passar um cheque gordo para a manter em funções. Até que um ministro, que dizia desconhecer a quantidade dos rendimentos, e só ver o cheque gordo, acabou com ele – e

Fotografia do Público

com a Caixa dos Jornalistas. A ideia geral é nivelar tudo por baixo, sem ser necessário assim puxar ninguém para cima. Muito Sócrates, e muito Passos Coelho. Mas a verdade é que não vi António Costa, apesar de ser filho da última presidente da Caixa dos Jornalistas, alterar o assunto. Nesta triste democracia em que vivemos, nada se ganha, tudo se perde. É sempre a apontar para baixo, e sempre a nivelar pelo mínimo. Como o PCP em tempos quis fazer e não conseguiu, porque o PS, então liderado por Mário Soares, se opôs: se havia que nivelar, teria de ser por cima. E a criação do SNS foi um grande passo em frente nesse sentido, que agora só sofre trincadelas para baixo. De todos os Sócrates e Passos desta vida, e dos outros mais calados mas que não se maçam a melhorar vidas alhieas.