Primeiro acordo de Trabalho dos bancários depois das privatizações

Banca, fotografia de fragile.eu
Foi finalmente assinado o primeiro Acordo Colectivo de Trabalho dos empregados bancários desde os bancos nacionalizados. A iniciativa foi apresentada como um grande feito do presidente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI), Rui Riso, que destacou este objectivo na sua reeleição para a presidência do Sindicato, no ano passado.
Podemos admirar-nos de que os patrões da Banca, tão embalados pelas novas atitudes de ganâncias no sector cobertas pelos contribuintes, e em que os gestores ganham o que querem, os levasse a rejeitar qualquer novo Acordo, forçando o sector a passar para o âmbito da Lei Geral do Trabalho, provavelmente mais barata para os Bancos. Mas a sua ganância, se conseguir ser minimamente inteligente, e ver um metro à frente do nariz, leva-os certamente a pensarem ser preferível ceder alguma coisa, para manter o SBSI na UGT, e não o deixar voltar ao âmbito mais radical do PCP e da CGTP.
Resumindo, o mais importante que os bancários conseguiram obter foi a manutenção do seu sistema independente de saúde (até quando? Lembro que os jornalistas também tiveram um, e até bem financiado pelos próprios, que lhes foi tirado no Executivo de Sócrates, sendo ministro Correia de Campos). Mas também tiveram aumentos salariais, manutenção do sistema de progressão na carreira por mérito, diuturnidades por antiguidade, 25 dias úteis de férias anuais (já nem é mau conseguir manter inalteradas algumas regalias), um novo prémio final de carreira, e reforçaram algumas regalias sociais aqui não especificadas.
Não conseguiram, entre outras coisas, as promoções por antiguidade – embora se assegure o direito à próxima promoção para todos os que a ela tiverem direito, e cuja anterior tenha ocorrido até ao último dia de 2014.
Foram negociações duras que duraram 4 anos e se estenderam por 50 reuniões. Riso considerou o Acordo positivo. Veremos o que pensam os 41 mil associados do Sindicato.