Afinidades entre Trump e Coreia do Norte

Fotografia de 24.sapo.pt

Um site oficial da Coreia do Norte apoia o candidato presidencial norte-americano Donald Trump (também conhecido por ‘Trampa’, pelas suas posições populistas de menor nível) e qualifica de ‘entediante’ Hillary Clinton (num inesperado verdadeiro elogio rentável, vindo a afirmação de quem vem). E o outro suposto elogio, ao Trump, é justificado por alegadamente o já candidato do Partido Republicano estar disposto a dialogar com Kim Jong-un (no que tem sido visto como uma conversa entre iguais ‘handicapés’).

Um artigo de opinião do referido site (denominado DPRK Today), assinado por um tal Han Yong Moonk (que se afirma um académico chinês de origem norte-coreana), diz vários desvarios do género.

É de imaginar que na ingénua, fechada e pouco inteligente opinião dos norte-coreanos, a sua influência sobre o Ocidente pode ser normal.

De qualquer modo, o site destaca como positivo o facto de que «Trump disse que não irá intrometer-se na guerra entre o Sul e o Norte». Para concluir com indisfarçável entusiasmo nesta pergunta: «Isto não é positivo do ponto de vista da Coreia do Norte?»

Trump, que deverá ser nomeado em Julho como candidato oficial do Partido Republicano às eleições para a Casa Branca, disse numa entrevista à agência Reuters que não teria problemas em falar com o líder norte-coreano, naquela que seria uma viragem radical em relação à política da Administração Obama. Um cordeirinho deliciado com um lobinho.

Uma semana depois da entrevista de Donald Trump, o embaixador da Coreia do Norte na ONU, em Genebra, So Se Pyong, desvalorizou a proposta de diálogo, descrevendo-a como «propaganda com fins eleitorais»: «Cabe apenas ao supremo líder decidir se vai ou não reunir-se [com Trump], mas acho que essa ideia não faz sentido». O artigo do DPRK Today vai evidentemente em sentido contrário. Seria importante ter isto em conta, se fosse importante ter em conta alguma posição da Coreia do Norte.