Ser corrupto continua a dar

Fotografia de brasil47.com
Claro que no Brasil ser corrupto continua a dar – como se viu no descaramento dos corruptos a organizarem a rebelião oficial contra a Presidenta Dilma Rosseff. Ainda pensei que ela poderia demitir-se para viabilizar a eleição de alguém um nadinha mais honesto – como parecem ser, além dela própria, Lula da Silva ou Fernando Henrique Cardoso, ainda por cima os 2 arquitectos da recuperação económica, apesar das posições políticas distintas (e de nada terem realmente feito para acabar com os corrptos que agora lhes caem em cima na política). Mas dizem-me que não é possível, e que mal ela se demita ou seja afastada do Poder, entra em funções o seu corrompido vice-Presidente, que imediatamente tomará medidas para safar a malta corrupta. E é que nem precisava muito disso. Porque a Justiça brasileira, embora seja obrigada a destapar verdadeiros casos de corrupção (e apesar de ter nas suas fileiras juristas fantásticos), já mostrou que pretende é afastar Dilma, e manter-se à procura de casos à volta dela, procurando desenterrar algum que lhe possa ser imputado (o que muitos pensarão que já aconteceu).
E tem sido curiosa a maneira como são perseguidos os que se opõem à destituição da Presidenta. Pelos vistos, no Brasil, já nem é preciso dizer ‘roubo, mas faço’. A não ser que esta destituição se contabilize entre o fazer dos tais corruptos bem conhecidos.
E imagem mais evidente do corrupto descarado é o presidente do Congresso, Eduardo Cunha, que se diz ter entregue o impeachment e deve receber a amnistia em troca. Com o gáudio exaltado das turbas, que são sempre exaltadas, e conseguem esconder ou abafar a voz dos serenos. Embora as sondagens indiquem uma maioria contra Dilma, e maioria ainda maior contra os que querem destituí-la. Mas duvido que vão a tempo de conseguir a segunda parte. A primeira parece garantida.
E como admirar-nos, se por cá a coisa também funciona mais ou menos assim. Se não, seja-se a forma como os ricos que aldrabaram o fisco foram agasalhados até por governos socialistas. E veja-se como o actual Executivo de esquerda pretende safar os banqueiros de asneiras que fizeram, esperando que desse modo possam passar a financiar a Economia (quando na realidade recebem a garantia de terem todas as suas ganâncias cobertas pelos contribuintes, com o aval de governantes até de esquerda). E repare-se como políticos pouco íntegros e enriquecidos na política continuam por aí incólumes. Podemos ver isto tudo aqui, no nosso Portugal – embora de maneira mais europeia do que estamos a ver entre os deputados brasileiros.